Especialistas sugerem dividir gastos entre dinheiro em espécie e cartões.
Gabriela GasparinDo G1, em São Paulo
Veja abaixo as dicas de Sidney Moura Nehme, diretor executivo e economista da NGO Corretora de Câmbio, e Jason Vieira, diretor-geral do portal de informações financeiras MoneYou.

Cartão de crédito (Foto: Amanda Monteiro/ G1 ES)
– Cartão de crédito
Uma das principais vantagens oferecidas por essa modalidade é a segurança de não andar com o dinheiro vivo. O cartão de crédito também possibilita que o consumidor pague a compra com a cotação do dólar na data do vencimento da fatura. Contudo, trata-se de uma decisão de risco: a moeda pode tanto desvalorizar quanto ficar mais cara.
Por conta dessa variação imprevista, Nehme sugere que o consumidor divida os gastos com outras formas de pagamento. “Com a mesma alíquota do IOF, tudo vai ficar mais ou menos parecido. É uma questão de arbitrar (…). Vale fazer um ‘meio a meio’. Compra um pouco no cartão de crédito, um pouco no débito, em dinheiro. Na média [o consumidor] nem vai pagar muito mais caro nem ganhar muito mais.”
Outra desvantagem do cartão é que ele pode não ser aceito em todos os estabelecimentos comerciais.
Com relação ao acúmulo de pontos no cartão para a troca por produtos ou milhas, Nehme avalia que a vantagem não é eliminatória – pois uma forte alta do dólar na hora do pagamento da fatura pode deixar a conta mais cara.
Vieira lembra, porém, que a variação da moeda, recentemente, não tem sido muito brusca, e avalia que não deve haver uma preocupação tão alta com o sobe e desce da moeda.
É importante que o consumidor faça o desbloqueio, com o banco, do uso do cartão de créditono exterior antes de viajar, para não evitar problemas na hora do pagamento lá fora.
– Cartão de débito
Uma das principais vantagens oferecidas por essa modalidade é garantir a cotação da moeda na data em que for confirmada a compra – sem precisar esperar o vencimento da fatura do cartão de crédito. Contudo, especialistas alertam que as instituições financeiras podem cobrar taxas para as transações, o que deve ser pesquisado com antecedência pelo consumidor nos bancos (pode não haver cobrança).
“O débito seria vantajoso se não tiver nenhuma taxação extra. É preciso ver se vale a pena e evitar uma surpresa na conta quando chegar no Brasil”, alerta Jason Vieira. Ele lembra que é necessário ligar para a instituição financeira e pedir o desbloqueio do uso do cartão de débito o exterior antes de viajar. “O cartão precisa ser internacional”, diz.
Também é preciso ficar atento à aceitação da modalidade de pagamento pelo comércio local. “Tem local que não consegue conectar”, ressalta Sidney Nehme.
Ainda assim, os especialistas avaliam que pode ser vantajoso fazer o cartão pré-pago ou a compra dos cheques de viagem (menos comuns, por conta do cartão de plástico) para garantir a cotação da moeda e já saber quanto ficará a conta. Há também a segurança de não ficar usando o dinheiro em espécie.
“Agora, de uma forma geral, os cartões ficaram muito iguais. Eu compro o pré-pago e sei quanto vai custar o dólar. Mas nada garante que daqui a 40 dias quando chegar a fatura do cartão de crédito [se a pessoa optar por essa modalidade], o dólar vai estar mais baixo.”